Neste mês de Março comemora-se o Dia do Pai. Gostava de aproveitar para vos falar sobre o papel do pai na amamentação, papel este tão frequentemente esquecido e menosprezado.
“O pai não tem mamas, como pode ele participar na amamentação?”
Oiço esta pergunta, de forma habitual, na consulta de Pediatria e faço questão de abordar o tema também na consulta pré-natal, onde acompanho mamãs e papás que estão em plena gravidez.
O pai pode participar de muitas formas na amamentação, basta que haja vontade!
A pega é a chave do sucesso da amamentação e é fácil de avaliar se não somos nós que estamos a amamentar. Este é um dos momentos em que a participação do pai é fundamental neste processo. O pai pode ver se os lábios do bebé estão virados para fora, como se de um peixinho se tratasse, ou se o queixo está a tocar na mama…
Se amamentam ou já amamentaram sabem que, embora existam almofadas geniais para esta função, a posição que adquirimos, as mamãs, pode não ser a mais confortável. Cabe ao pai ajustar a altura da almofada de amamentação colocando, por exemplo, outras almofadas por baixo.
A amamentação é muito dura, sobretudo ao princípio, até que bebé e mamã encontrem o seu ritmo. Exige muitos despertares noturnos e há um cansaço que se instala. O papá pode ajudar o bebé a arrotar, mudar a fralda se necessário ou até fazer aquela massagem fantástica à mamã quando o bebé está a dormir!
E, finalmente, o apoio emocional incondicional. O estar presente de alma e coração, o filtrar comentários de terceiros para que não cheguem aos ouvidos da mamã, umas palavras de encorajamento como um “Eu sei que tu és capaz!” ou “És a melhor mãe do mundo!” podem garantir o sucesso da amamentação!
Texto escrito por Dr.ª Inês Claudino – Pediatra – Autora do Blogue Dona Bebé